domingo, 6 de novembro de 2011

Regresso.

Carregas um corpo que não te pertence, eu sei. Vejo você se fingindo de feliz. Você quer chorar mas a  possibilidade de borrar a face com o rímel que te embeleza te faz permanecer sorridente.
Carregas uma alma que também não te pertence, ela é leve demais para esse corpo frio que tens. Não tens mais fogo e  nem paixão, já não tens mais medo e aprendeste a carregar o peso da solidão.
Sabes que és bela, mas perdeste aquilo que brilha no fundo dos olhos, perdeste o sol que te trazia noites de vida; perdeste as estrelas que guiavam seus dias.
Estas perto daquilo que procuras ser, mal sabe o que o mundo é. Acredita que  a bondade está para as pessoas assim como a música está pro coração. Um beijo que te prende, um sonho que te liberta. Um desejo calado, sufocando a garganta do senhor destino que te pede para voltar.
Você vai ou você fica, nem sabe em quem acredita. Você pede ou você chora, junta as malas, você não fica; você sempre vai embora.