Sem cor

E eu que deveria ser um apoio me tornei uma barreira. É verdade que eu fiz muita alusão sobre tudo querendo sempre melhorar e acreditando que isso aconteceria.

Para que eu saí da minha realidade tão amarga se eu sabia que voltaria para ela. Minhas lágrimas descem secas como sempre foram a diferença é que agora elas doem como nunca doíam. Agora o céu sem graça de sempre está mais sem graça do que na maioria dos dias. Eu nem tenho um pensamento no lugar e ajo como ébrio ou ainda como alguém que não tem vontade da realidade.

Nenhuma concentração

Como já diria meu amigo Marcelo "falta de concentração é um problema, sabe!", não muito sábias suas palavras entretanto totalmente verdadeiras. Os estudos lá na biblioteca têm ficado cada dia menos produtivo, hoje mesmo a sala foi 'dominada' pela pré escola, e não que eu ache as crianças um problema, até por que eu adoro crianças e elas sabem como fazer um dia sem graça ficar animado mas é que muitas e ainda mais juntas fazem qualquer cristão perder a concentração.



Ps: não consegui conter os risos ao ver um moço que conversava sozinho na sala de estudos.

Cansaço

E eu me pergunto se não sou um modelo perfeito daquilo que me fizeram ser, ou ainda, se sou só um modelo mal formado de pessoas que me fantasiam assim. Eu nem sou tão intensa quanto gostaria de ser e tão pouco sou honesta com as minhas atitudes, não só em relação a mim, mas a todos que me acham a ‘boa samaritana’ da história.

E eu quero mesmo e ter poucos amigos e bancar a grossa da história e ainda sim se me virem com essa moldura bem pintada, lembre-se que só o artista entende sua arte.

Os ventos

Para ele não importa se é noite ou dia, madrugada ou estação fria. Sua função não é de respeitar as estações. Ele simplesmente vem! Ainda que venha para arrancar chapéus ou despentear os esvoaçantes cabelos. Á sua maneira ele nos alivia, nos conforta. E por mas que naquele momento não seja desejado ele agrada. Da-nos novo ânimo, novas esperanças. E quando se for deixe as marcas que por aqui passou. Não o vejo, mas sinto sua pesada mão sobre meu rosto. E quando se for levando meus sonhos não se esqueça de voltar com eles. Eu sei que não vai se atrasar! Vais voltar mais forte, mais harmonioso, mais vivo. Vai voltar ao meu favor.

Minha rosa

Lança fora teus espinhos. Se faça bela sem eles. Para quê se fazer tão brava se o teu desejo é ser arrancada e entregue a mim. Só tu és capaz de me enfeitiçar, entrelaçar, de me fazer suspirar. Venha corada, venha assim vermelha de vergonha ou branca de medo. Venha alegrar-me! Venha me tornar única. Venha murchar-se diante de mim para que eu demonstre minha crueldade e para que todos vejam que não fui digna de ti.

Manhãs matinais

Hoje ao despertar, ou melhor acordar, levantei-me da cama. E como já acontece a alguns dias senti o breve desespero de para o meu sono voltar. Meu corpo resistiu às tentações de minha mente e ainda que de forma não sorridente atentei-me à realidade.

A manhã se passou na quietude de todos os dias, o máximo de baralho que naquela biblioteca soou foi a queda de uma bolita e um 'pito' que dois pías de no máximo oito anos de idade levaram por não encapar seus livros.

Estava eu ali, mais concentrada nos movimentos alheios do que eu meus livros a serem estudados. Ao vibrar de um torpedo recebido o pouco de concentração que já não tinha esvaiu-se do meu tão distante pensamento.