segunda-feira, 30 de março de 2009

Aos olhos alheios

Agora todas as ações que ela observava soava não como um instante daquela monotonia que se passava mais lentamente, mas sim com um triste fim de desilusão. Um simples olhar podia fazê-la pensar em suas atitudes. Um riso alado agora tinha o som festejante de uma surpresa já esperada. Todas aquelas vozes sem donos tinham um som fúnebre que destruía aos poucos o que pouco já queria. Chateava-se fácil, ria pouco e fazia menos amigos a cada dia. Seu riso efusivo agora era uma dádiva agraciada por poucos. Parecia pálida, mas não estava, agora ela pouco fazia questão de usar maquiagens ou ainda de pintar suas unhas de vermelho. Sentia-se viva, entretanto, queria um minuto sem respirar toda aquela imundície que os outros achavam comum estando tão impregnado em seus ares. Seu cérebro palpitava mais que seu coração. Resistia! Cansada ela já não queria mais brigar ou ainda aquietar-se. Ela queria voltar a sentir-se tocada pela vaga nostalgia de um passado que jamais a pertencera.

domingo, 29 de março de 2009

Ilusão

... E agora volta aquela velha história da qual todos já estão cansados mas que ela insistia em provar. Sim ela ainda não havia se cansado de buscar alternativas para que não só ela acreditasse mas para que os outros realmente vissem que ela era sim capaz de muito mais. Agora ela já nem sabia mais se realmente era, ela só queria acreditar nisso e muito provável que só ela, ou nem a própria acreditasse mais em si. Agora sua mentira precisava tornar-se real, para que todo esse tempo perdido tivesse finalmente uma finalidade.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Meu tão bem querer

Eu quero estar sempre contigo. Contemplar teu olhar, teu sorriso. Eu quero fechar os olhos ao passar de suas mãos em meu rosto. Eu quero suspirar mais forte ao te ver, mesmo que a saudade seja de intensos quinze minutos. Eu quero tremer a cada elogio, me sentindo naquele instante única para o mundo. Eu quero ser lembrada todos os dias, não precisa ser o dia todo, mas quero que nessa lembrança brote um sorriso e que lá no fundo você pense “que bom que ela existe”. Eu quero fazer parte de outra vida. Me atrevo até pedir mais, eu quero sempre fazer parte de sua vida. Eu quero até ser brega, sim, quero ouvir música sertaneja romântica e gostar, só por que nessas músicas eles cantam o nosso amor à moda brega. Eu quero receber uma ligação, a sua ligação, e não precisa ser uma ligação de entusiasmo, me ligue e fique em silêncio, quero contemplar o teu silêncio interrompido às vezes por meus suspiros. Eu quero acordar primeiro só para admirar o teu sono por cinco minutos. Eu quero ser interrompida de repente para receber um beijo, para ficar encucada com àquelas horas de olhar e atenção. Eu quero redescobrir o sabor de brigadeiro queimado, o sabor da chuva após uma longa estiagem. O sabor daquele lanche de feira que era tão comum nas noites de quinta. Eu quero me deliciar com sorvete de flocos, não por ser o meu favorito, mas por você ter lembrado que é desse que eu gosto. Eu quero encontrar a sua mão com a minha e quando brigarmos que estas se encontrem mais rápido ainda. Quero contagiar aos outros com a nossa felicidade Eu quero... O que eu tanto quero é te amar e que seja da forma que realmente é, ou que se fez ser. Eu quero você assumindo o que é e me amando da forma em que sabe amar. E se não soubermos amar da maneira certa nós aprendemos, juntos, unidos um ao outro. Assim meus defeitos não serão somente meus, assim se um cair o outro o levanta. Assim sempre será como no começo. Assim sempre será como têm sido, leve, consciente e intenso.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Seus medos

Ela se sentia só. E achava tão bom ser só. Mentira! Ela não achava nada disso bom, mas já havia acostumado tanto que preferia enganar aos outros e principalmente enganar a sim mesma. Ela não era mentirosa, não, ela tinha medo. Medo? Todos têm medo não é. Mas ela tinha um medo tolo, medo de amar. Sim ela preferia ser só por que tinha medo de amar. Ela era fraca e não conseguia lutar contra seus medos, sempre achava melhor fugir deles. Desta vez ela não conseguiu, o seu temor apareceu de uma forma tão bela que por mais que ela quisesse, e ela já não queria mais, ela não conseguia exalar seu medo. Agora ela entregava-se com a alma, agora o amor tinha tornado-se seu amigo, à vezes eles brigavam, mas essas brigas nunca duravam muito, quando ela se dava conta do tamanho da situação sempre achava melhor voltar atrás. E será que ela deixou de sentir medo? Não, pelo contrário agora seus medos eram mais frequentes, mais fortes, mais resistentes. Agora ela tinha medo de sofrer ou ainda de causar sofrimento. Ela chorava, ria, mas sentia medo. Seu medo era rápido porém constante. Seu medo agora não era mas medo de amar, era o medo de que ao despertar o amor não conseguisse sustenta-lo . Bem ela sentia medo sim, algumas vezes, na maioria delas achava-se insuficiente. Mas ela não deixou, e não deixará que o medo a domine. E agora ela ama, agora ela é amada, agora ela precisa sentir isso para que tenha valido todos os seus medos.

Caos

Ouvem-se um pedido. É como se todos gritassem sem poder serem ouvidos. Ouvem-se um pedido, desses que vêem acompanhados de um longo e melancólico choro. Os gemidos têm atordoado meus ouvidos causam-me pânico e ao mesmo tempo sinto vontade de estender minhas mãos e oferecer ajuda. Vejo rostos tristes e cada vez mais desfalecentes. Vejo pessoas que não mudam o que são, aliais, não podem mudar essa sua condição. O caos se alastra pela sociedade. As ruínas não são mais ruínas se tornaram moradias de pessoas à beira da perdição, a beira da perdição de espírito. O choro destes tem me comovido, mas minha comoção não tem se valido de nada. E quanto a esses desvalidos parem de nos causar pena, e lute contra esse sentimento mesquinho que a sociedade tem sentido contra vocês.

terça-feira, 17 de março de 2009

Pobres imbecis

O que será que anda acontecendo comigo? Ou melhor, refaço minha pergunta e questiono: O que será que está acontecendo com esses imbecis. Parece-me que agora virou modinha ofender os outros e ainda pior, ofender de graça, assim a troco de nada. Levamos algum tempo para aceitarmos uma pessoa e dizer que ela não faz parte do grupo total desses imbecis. Ai de repente o tal imbecil gradua sua imbecilidade unindo-se a outros imbecis. E querem saber a verdade? E mesmo que não quisessem eu à diria. Não é só a mim que esse tipo de “gente” causa náuseas. A sociedade está estupefata desses imbecis que se acham os mocinhos de novela mexicana. E ainda que meu resto de escrúpulos já tenha acabado (aqui eu não me acho superior a ninguém) apenas estou longe de entrar para essa corja de imbecis que pensam que com seus incríveis poderes dominarão o mundo [corta para a cena da Mayara sentada tomando seu espumante com cara de sarcástica riso maléfico e jeito esnobe]

segunda-feira, 16 de março de 2009

Rumo

A corrida começa e ninguém sabe onde ela acaba. Sabe-se apenas que temos que correr. E se nos cansarmos, não se pode parar. Vamos suspire, tome um rápido fôlego, mas rápido mesmo e continue a correr. E tempo é apenas uma ilusão humana mas ele se esgota até para Deus. Cansou? caminhe agora, caminhe rápido. A corrida desgasta e é intensa. Vamos continue. E se acaso desistir (não pense nessa possibilidade) olhe e veja que os outros não perderão para te ajudar.

terça-feira, 10 de março de 2009

Pose, pessoas, pedintes.

Vê. Escuta. Sente? Já não são mas como antes. Agora teem medo. Gritam. Calam-se. Sente? Agora mudam-se com frequência. Ou não mudam. Permanecem os mesmos. Vegetam. Fingem que vivem. Existem! Quem são? Não posso saber, eles caminham escondendo suas faces. O que fazem? Não importa isso não os muda. E perguntam-me ainda, para onde vão? Respondo apenas que eles vagam sem rumo. Choram, não por medo, mas para que sintamos pena. Riem, não por alegria, não. Riem para agradar. Riem para parecerem felizes. Amigos? Sim eles querem esses do tipo que só escutam. Não dê palpite! E se precisar apoiar-se neles... Espere. Eles sumiram. E aonde vão parar? Bem certamente ouviram risos mais efusivos. Se lhe faz falta (por que a mim não faz) olhe para trás, talvez agora eles decidiram te acompanhar.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Melhor amigo

É real saber que posso contar com você e que tua amizade me tornou melhor. Eu lembro das risadas, dos gracejos, dos bilhetes inventados. Eu lembro das pizzas frias que tinham o melhor sabor já provado, me lembro dos gostos parecidos, lembro da cerveja dividida, eu lembro dos tapas doídos, lembro dos abraços apertado, enfim eu lembro da nossa amizade. Seria errôneo de minha parte eu dizer que me lembro de coisas que eu nem tive tempo de esquecer. Eu olho para mapas e vejo uma distância geográfica imensa, mas quem precisa de mapas ou de geografia quando se tem os corações tão próximos. A falta que você me faz na hora da risada, da tristeza ou mesmo do silêncio, mas pela presença que tu és na minha vida, na minha formação. É difícil dividir esses sentimentos por que afinal o tempo em que dedicamos nossas vidas um ao outro não pode ser rememorizado com outros rostos, é um tempo só nosso. E ao grande amigo que tu és eu dedico minhas sinceras palavras.

quinta-feira, 5 de março de 2009

" E hoje eu o encontrei tão sorridente, tão doce, tão encantador, tão o que faz sentir-me bem que em seus pequenos gracejos eu encontrei a total ternura de amor. "

quarta-feira, 4 de março de 2009

É preciso começar

Não sei ao certo em que momento nos vemos obrigados a começar ou ainda a recomeçar. Um dia novo, um outro amanhecer, um estilo. Afinal nem sei ao certo por onde começar. E tenho medo de começar o que pra mim já existe ou sempre existiu ou ainda medo de começar tarde demais. Mas como tarde demais? Será que eu me tornei plateia da minha vida e os artistas já se cansaram da espera,  se casaram de encenar para um único telespectador. Eu estou esperando o meu espectáculo começar enquanto vejo as máscaras dos artistas ao chão e escuto aos aplausos em grande silêncio de euforia pois o show ainda nem começo.