Já tão acostumados aquela monotonia calorosa e desapegada. Vivendo ao mar com pouca brisa, já quase sem vento. Contando uma história sem rimas e personagens, cantando música sem refrão.
Tão acostumados a um beijo gélido que nos resultava vida, que lhe dava esperanças e a fazia mais enrrigecida.
Ela jamais entenderia por que tamanha bondade, não possuiria ao dom de retribuir esse sentimento tão limpo que agora lhe é entregue. E, sempre numa hora qualquer da noite vai se questionar por que não se permite conhecer alma tão boa.
Tão acostumada a uma lágrima perto da têmpora. Já gasta de um sorriso de mentiras para si mesma.
Tão acostumada ao vermelho descascado do esmalte, ao lápis preto lhe fugindo os olhos.
Tão acostumada e cansada das justificativas, das esperanças, das incertezas que lhe rondavam em seu futuro sombrio.
Ela, já sem pressa, anda tão acostumada, tão cansada... tão cansada.